terça-feira, 29 de setembro de 2009

Desapontamento.

Por tanto medo de me desapontar,
por igual vontade de me contentar
com tão forjada imagem, inventada,
alegria disfarçada, fantasiada...
Não me dei conta do que és.

És tão normal quanto um copo d'água,
cheio de mágoa, que bebo
para satisfazer minha sede
de angústia interna por querer
a sensação imediata de amparo afetuoso.

Doloroso é o alento que me resta
nesta ciranda de lembranças
embaraçosas, perniciosas
ao meu inquieto momento emocional;
acima de tudo, irracional.

Nenhuma novidade ao que já se via;
uma fria rede de interesses escusos,
consagrados pelo uso de práticas
contemporâneas, dramáticas provas
de irresponsável desprezo.

3 comentários:

  1. Muito boa poesia..

    Mas tive que entrar no google pra saber o que significa "perniciosas"..

    Abraço.

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  2. "de tanto não fazer nada
    acabo de ser culpado de tudo

    esperanças, cheguei
    tarde demais como uma lágrima

    de tanto fazer tudo
    parecer perfeito
    você pode ficar louco
    ou para todos os efeitos
    suspeito
    de ser verbo sem sujeito (...)" - Leminski

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