Só porque me considero
mais importante que tudo,
um austero traço egoísta
em meu mundo minimalista,
não me importo contigo.
Não me importo com ninguém;
se alguém se oferece,
me aproveito até o fim
da tola, parca e fulgaz
bondade sincera, mera ferramenta
utilizada para o meu prazer.
Não quero te fazer sofrer,
mas também não pretendo dizer
o que sinto, assim, de mão beijada,
porque, antes de mais nada,
sei que ainda tens muito a me dar.
Sua preocupação, a mim, nada significa
senão a certeza de que amanhã
não será vã a minha busca;
tua admiração, tão grande,
ofusca tua visão racional.
Nada mal para alguém
que pouco luta, muito hesita,
e nada evolui na burra malícia;
que pensa que não dá pista,
e que mais se assemelha a um parasita.
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