sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Se.

Se me calam,
eu calo a boca
de todos,
com a dor de quem
é pisado no calo
mais saliente do pé.

Se me amarram
as mãos,
provocam minha mente
com a eficácia
de quem sente
subir a maré.

Se me dizem
"siga em frente",
no momento, eu paro
penso, mexo
e, com calma aparente
começo a dar marcha ré.

Se me privo
do direito de expor
o que vejo, sinto,
não preciso que me façam nada;
me conformo, me paraliso,
me deito, durmo, morro.

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