Se me calam,
eu calo a boca
de todos,
com a dor de quem
é pisado no calo
mais saliente do pé.
Se me amarram
as mãos,
provocam minha mente
com a eficácia
de quem sente
subir a maré.
Se me dizem
"siga em frente",
no momento, eu paro
penso, mexo
e, com calma aparente
começo a dar marcha ré.
Se me privo
do direito de expor
o que vejo, sinto,
não preciso que me façam nada;
me conformo, me paraliso,
me deito, durmo, morro.
Bela foto de perfil, doutor.
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