sexta-feira, 18 de junho de 2010

Noite.

Nenhum tipo de força
elevada, superior,
irá encurtar
minha caminhada,
diminuir o pesar
da jornada
de todas as noites.

Nem mesmo o fervor
do vinho tinto,
em meu estômago,
conseguirá atingir
o âmago do conflito,
ou calar o desesperado
grito de libertação.

A tentação é sutil;
o rio de sangue quente
que corre em minhas veias
se encarrega de multiplicar
todas as reais particularidades
de minha personalidade
já tão controvérsia.

Chega a madrugada, nua;
nada mais existe, senão
a inércia de ponderações
coerentes, condizentes
com o discurso falado;
permaneço calado, espero
pelo dia, minh'alma flutua.

4 comentários:

  1. Que as pedras sejam só pedras e que a dor um alicerce. Abs meu caro.

    Seja bem-vindo!

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  2. É meu amigo, tem noite em que não há vinho tinto que baste.

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  3. Será que não há escuridões que devem ser colocadas sob o sol do meio-dia de um dia de verão e, ao invés de vinho, serem banhadas em água - fria, inodora e incolor?

    Continue a explorar sua alma Lanches. Além de um um poeta do cotidiano tu és também poeta dos sentimentos secretos. Beijos.

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