segunda-feira, 7 de junho de 2010

Roubo.

Tu me roubas a paz,
eu tomo-te o resto
de falsa inocência,
porque não presto
-tu sabes muito bem-
em momentos de carência
afetiva ou numa noite
supostamente festiva.

Tu custas a entender
todo o processo que leva
ao exorbitante montante
desta conta que nunca
termina, só aumenta;
alimenta uma fantasia
de pouco valor,
muita pseudo-alegria
e horas e horas de dor.

Tu desenvolves um pavor
de contato direto
e provocas um mecanismo
de auto-isenção
de responsabilidade
pelo nítido déficit
de companheirismo,
carinho e amor.

Tu mascaras, com promessas,
teus intoleráveis erros
de improvável precisão
cirúrgica; inacreditáveis
eventos acidentais
para alguém que só dá
passos firmes
na já traçada direção.

2 comentários:

  1. achei enteressante a forma como vc usou termos metalinguistico para criar esse poema, mas o final é glorio, quase um tapa no rosto para um pessimo entendedor:
    "inacreditáveis
    eventos acidentais
    para alguém que só dá
    passos firmes
    na já traçada direção."

    fabuloso, digno, muitooooo bom, adorei...

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  2. boa sanches.
    comprei os ingressos pra vc e pro velho pro show de sexta. consegui comprar meia.
    abraço.

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