Prefiro absorver-te assim, calado;
nada dentro de mim é capaz de
digerir-te, assumir-te
como te apresentas; tua (reconhecida)
culpa não te isenta de tudo aquilo
que já está feito, e a ferida,
em meu peito, jamais sarará.
Teus cabelos puramente ondulados,
dispostos sobre tua testa,
são um espelho das oscilações
de tua perturbada psiquê,
e quando fazem-se, por mágica,
química, física, mitologia, lisos,
é prudente esperar pelo pior.
Tua faceta mais faminta,
teu instinto mais sombrio
é revelado na calada da noite,
e vendetta não é o suficiente;
tua gélida e impaciente figura
tem fissura pelo promíscuo; tu
perdes o controle e mostras tua cara.
Misturam-se bem e mal
dentro de ti; nada mais
tem coerência; tua paciência
extinguiu-se; tua urgência
por saciar teus caprichos
é implacável; não és tolerável
nem mais a ti mesma...
Enfim, tu despertas.
Nada te restas, senão o desejo
por imediata reconstrução; em vão,
tu te esforças sem traçado
objetivo, somente pela vontade
de manter vivo o elo
entre o chão e o céu, o pão
e o mel do teu vil sorriso.
No divã da Tia Ana:
ResponderExcluirexpressa um desejo tipicamente masculino: dominar o indomável.