ao João.
Tua aparente dispersão
é um traço de poética
reflexão, uma quase mítica
imagem que, apressados,
imediatistas como eu, fazem
de tua pessoa que, seja escrito,
lido, dito, é de alma boa
a toda prova, a toda nova revelação.
Tu foste o gatilho de tudo
que cá proponho;
ousaste apresentar-me
esse mundo de despretensão
(des)organizada em versos; por vezes,
desconexos desabafos cercados
de inconscientes manifestações;
lugar comum de paixões, decepções.
Se hoje exponho-me como poeta,
foi porque apareceste-me em local
e momento certos, mostraste-me
o sinuoso caminho dos sentimentos
pseudo-materializados, nada
pasteurizados, de essência real
e anormal fragrância à maioria;
íntima cachaça nossa de cada dia.
Teu andrajo é vivo em mim
enquanto escrevo; teus cigarros
também fumo; se, de hora p'ra outra,
sumo na multidão de compromissos,
torno-me ausente a quem nutro
verdadadeiro carinho, é porque
moldo-me sozinho, carente,
e pouco presente a tudo.
Não pretendo consolidar essa lógica,
física condição entre nós, sem razão
de existir; prometo-te redimir-me
de tão injustificável falta;
que as mesmas planejadas marias-
moles, num futuro próximo, ganhem pauta,
e que sejam de constante, saborosa,
e, propositalmente, inexata freqüência.
Falta-me, notadamente, tua saliente
veia artística, mas sobram-me
lembranças de um tempo
em que, juntos, conhecemos
o que acontece; onde tudo pode
parecer simples se compartilhado,
se banhado em afinco, emoção,
fumaça e até alguma distração.
Oi Felipe!!!
ResponderExcluirQue homenagem bonita!
Abraços, querido
E bom fim-de-semana!
Agora só falta o Dreher e o Martini.
ResponderExcluirObrigado, de verdade.