terça-feira, 14 de setembro de 2010

Urgente.

O reflexo corre atrás
do sujeito, escorre
em tom escuro; o batom
rubro-forte, vivo, marca
o carnudo lábio; suga,
de canudinho, toda sorte
de clareza, discernimento;
o tormento não tem começo;
não há destreza que evite
o tropeço, e a morte social
não encerra o assunto
e nem decreta o lamento final.

Todos juntos na mesma
semana - convencional,
humana marcação de tempo -
e o quadro de sete dias
na mesma cena; solução e problema
em muitas cores, diversas
dores delimitadas; partes
perversas, fincadas no ser,
intercaladas por curtos momentos
de real prazer; tridente hedonista;
estandarte da percepção egoísta;
pra consumir e consumir-se.

Quero sumir; quero ficar
em casa, subir e descer
as escadas do prédio,
largar a rasa mania
de ser médio em tudo;
ser grande em mim, fazer
cinema mudo de minhas curtas
metas, guiar-me por vias
de razões concretas, emoções
traçadas, repletas de consolidados
conceitos, perfeitos dados
de fácil comprovação e compreensão.

Um comentário:

  1. Há um pássaro querendo voar. O que o impede?
    Grades. Véus de grades que parecem sólidas.
    E o canto principal ele não pode cantar. Não na prisão.
    "Oh! vento, violeiro da noite, sopre sobre eles e os levante e, em liberdade o pássaro poderá dançar voando"

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