segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vinte e quatro sombras.

Funny-Joe se enganou;
de engraçado a desgraçado
nas linhas da vida; glamuroso
roteiro-improviso do consagrado
programa; problema de ser e viver
do papel; anormal-diária dinâmica.

Temerária faceta adotada
pelo rio que, assim, com sua água,
banhava de graça-pureza seus admiradores;
ignorava toda fraqueza embalada dos traidores
travestidos de atraentes curvas; tortas
maneiras de seguir seu inevitável curso.

A notada destreza no discurso de Chris
escondia um completo infeliz; personagem
de si mesmo; palavras a esmo; bola-de-fogo
a rolar na gelada corrente d'alma, vazia de razão
para continuar habitando aquele suado corpo; morada
de imorais excessos; aqui não se julga o valor, mas o sabor.

Calou-se Joe, calou-se Dan, seu irmão de blues;
desesperou-se Quim, secou o rio, tornou-se terra pisada;
de Chris, apagou-se a estrela: choro, não mais risada.
O imperfeito-império de areia lavada ruiu frente às balas
deste poderoso canhão, impiedoso artefato de silenciosa
destruição: invisível, imprevisível e definitiva.