terça-feira, 11 de junho de 2013

Sabor.

O efêmero saiu
de moda; a roda-
-vida [vívida]
nunca quis tanto
ser perpétua:
é nítida nota
e não dá sinal
de trégua.

Quiçá dinâmica,
não poderá dar-se
o prazer de olvidar-se
da lâmina-regra,
gangorra-guia
de todas as sílabas,
e a saciedade
de recordar é viver.

É natimorto o descartável;
e aquele que não se mova,
não se comova do espelho-
-raiz, ou não busca ser feliz -
pois é legítimo o asco de causas
perdidas - ou prefere perecer
de dentro: pelos quais, lamento.

Centro-me, então, a cruéis
desventuras; repassadas
no bojo moderno [meu, teu]
de ser, restauradas molduras
dão firme objeto; passos
concretos à incompletude;
não-sábia: saborosa.

2 comentários:

  1. Sim Poeta. O efêmero saiu de moda. A roda-vida parece que só será vívida na eternidade.
    Natimortas são as palavras que quando proferidas são já saem mortas, descartadas por cruéis desventuras passadas no bojo moderno, materno.
    Não sabia que saborosa era a vida.

    Jáh Bless You!

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  2. muita gangorra e passos poucos, felipe...

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