sexta-feira, 9 de maio de 2014

Comigo.

Guardes teu receio; é, pois,
tudo teu; todo o meu anseio
de vida, toda iniciativa
e partida; aquele plano
de fuga às amarras.

Mostres o que fizeste
de ti, toques, a mim, o si
da tua flauta, como nunca
tocaste e mostres tua melodia.

Já é dia, não é hora, pouco
importa; nossa noite invade
a linha, embala a valsa da redenção.

Esqueças o não, nunca
te sintas sozinha, se não quiseres.

Sintas a brisa matutina.

É a estrela magna mostrando-te
o caminho, nosso ninho iluminado.

Deixes que te toques
a esperança, que te invadas
somente a boa lembrança.

Atropeles as derrotas, dês
notas florais aos ruídos, assines
os fluidos naturais bem-vindos
ao teu conforto.

Faças disso tua meta, arrisques
tudo a cada pisque, fujas
do módico, percebas o entorno,
largues que falem, te permitas
que ouças e me deixes levar-te comigo.

2 comentários:

  1. Todos deveriam ler este teu poema, meu caro Felipe.

    Belo.

    Fique em paz,
    Amanda.

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  2. Uma bela safra de poesia nesses últimos dias, Sanches. Agora é só deixar envelhecer e engarrafar. Abraço!

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