terça-feira, 24 de novembro de 2015

Dessas bandas.

Do som, das notas, dos timbres;
de todo chambre que repousa em tons
a melodia dos dias-fumaça, das noites
de aromas incomuns; do quebra-cabeça
de toda raça reunida, dos sabores
que se experimenta de um lado
e dos dissabores revisitados do lado de lá.

Da comparsaria cotidiana, da derivação
de toda filosofia para o chão comum;
do trânsito de sensações, das lembranças
das cores; da travessia; das dores
guardadas em quadros, fotografias;
do mosaico na parede que traz muito mais
que estáticos momentos: desenha a vida.

Das ilustrações animadas, das vozes-
-surpresas, dos sorrisos sinceros; da brisa
que refresca a alma; do sossego construído;
das etapas de vida se revelando; dos olhares
intransitivos; do ímpeto objetivo; do desejo
se fortalecendo; da força vital, da energia;
da existência levada a sério, com leveza.

Das várias formas de fluxo; das caras diversões
baratas; do peso da prata, da banalidade-metal;
dos caminhos espontâneos; do jeito que se dá;
das companhias certeiras; das possibilidades
vindouras; da beleza das ruas; das emoções;
do caminho que ficou pra trás, que ensinou
novas letras; das tretas de sempre.

Das vibrações que absorvo dessas bandas.

2 comentários:

  1. "Ao reger a orquestra, infelizmente tenho que dar às costas para a platéia"

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  2. caro felipe cada vez mais tenho a sensação de obra em ti, (penso que devia escrever mais, não só quantidade...) há um desejo consciente de maturação da obra per si, penso até que ela também te impulsa aos lugares que observa -- teu olhar está carregado imagens mas curiosamente voce não está marcadamente nelas (é preciso muito esforço para não acreditar em si mesmo de uma maneira bacana?)... intersecções, cruzamentos, mosaicos, caminhos, fluxos... tudo isto para revelar o que a poesia tem de mais bonito: o desencontro... será que as pessoas não percebem que são também bonitas quando se perdem?

    um abraço

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