terça-feira, 12 de junho de 2012

É.

ao nosso amor.

Não tem fonema, sílaba,
guia, artigo, teorema;
não tem fim, não há
meios fiéis de descrição;
não há passo, retruque
ou ação que limite;
não há borda, fronteira;
não tem eira nem beira, 
é só núcleo: é só. Nu.

É antigo e novo, é presente,
é futuro, é maior que o passado, 
é moderno e rebuscado; 
é assunto, título e tema, 
muita prosa - nem te conto - 
é poema, livre e rimado, 
misteriosa escansão; é alexandrino,
é martelo, é sáfico, heróico,
é bárbaro!

Não tem volta, é verdade;
não tem choro, é vela acesa
e o fogo queimando em perfume;
é refresco, é cachaça, é costume;
não tem rotina, é mais do mesmo,
é cada vez melhor e diferente;
é constante, é intenso, é suave,
não tem pressa, é liberdade...
O que sinto por ti.