ao nosso amor.
Não tem fonema, sílaba,
guia, artigo, teorema;
não tem fim, não há
meios fiéis de descrição;
não há passo, retruque
ou ação que limite;
não há borda, fronteira;
não tem eira nem beira,
é só núcleo: é só. Nu.
É antigo e novo, é presente,
é futuro, é maior que o passado,
é moderno e rebuscado;
é assunto, título e tema,
muita prosa - nem te conto -
é poema, livre e rimado,
misteriosa escansão; é alexandrino,
é martelo, é sáfico, heróico,
é bárbaro!
Não tem volta, é verdade;
não tem choro, é vela acesa
e o fogo queimando em perfume;
é refresco, é cachaça, é costume;
não tem rotina, é mais do mesmo,
é cada vez melhor e diferente;
é constante, é intenso, é suave,
não tem pressa, é liberdade...
O que sinto por ti.