quinta-feira, 16 de maio de 2013

E.

Esgoto o esgoto; esgueiro-me
a esmo sob a égide estrangeira
de mim - tanto o ex(s)trato, quanto
o escroto são externos, mas muito
meus.

É tempo de ego; enxergo
na essência do efêmero êxito
do "eu" a emergência
do exato-exposto:
não nego.

Envio este embrulho; entoo
tua esperança em meu hino:
se não tomo um "Eno",
não engulo esse engodo-
-exagero.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Chá sabe.

Mal fujo do tempo, já'dentro
os meus sonhos; nego
meus menores delitos:
delimito o trilho das sombras.

Chá quente, que nem doce
ajuda; maré calma
e agito no fundo - bem
no fundo - já pego essa onda.

É redonda toda mente
que tudo sabe, presume;
nada além do abismo, pois
nem horizonte alcança.

Nem do palpável lança
mão; o não se faz cartilha;
é filha da surpresa a tolice
e a arrogância é a mãe de todas.

Nada sabe aquele
que nada sabe; nem aquele
que sabe tudo; muito menos
o que pouco sabe, e o que
muito, também.