terça-feira, 19 de janeiro de 2010

4 & 9.

Se te digo quatro vezes
o que precisas ouvir
e, mesmo assim,
não te demoves
do dito tema,
te transmito
-em poema-
e, noves-fora o que compreendes,
promovo tua reflexão.

Me dizes "não"
por nove vezes,
mas te alugo por meses
até que me negues outras treze
e, depois, te convenças
de que, mesmo que tuas crenças
sejam um quarto das minhas,
de fato, as entrelinhas
comovem teu coração.

Quero quatro motivos
para que vivamos
mais nove décadas
sem que a decadência
contemporânea, atual,
consuma toda
a nossa paciência
e desgaste nossas almas
por mais treze vidas.

Nove vezes mais compreensão
para que, em sociedade,
tenhamos a capacidade
de gerar o quádruplo
de vibrações positivas
que impulsionem
atitudes decisivas
para o objetivo de dar e receber
treze vezes mais amor.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Rumo.

A sola do meu pé
revela quase trinta anos
de um zé qualquer
que, na escola,
fez planos que, agora,
não quer mais seguir.

A sorte de fugir
-na hora certa-
é a arte de fingir
que foi embora
sem visível alerta,
imprevisivelmente.

De repente,
o que, aparentemente,
ia bem, agora não tem
mais razão de existir;
não há mais como fluir
como antes, livremente.

O relógio aponta, e por mais
que seja uma afronta,
se faz lógico o desejo
de partida, sem beijo
de despedida,
e nada a comentar.