quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cuidado.

Peço que não seja tolo;
não se deixe levar
por todo esse rolo,
esse emaranhado
abstrato, um retrato
do bolo de interrogações
que a sua vida se tornou.

A linha de obrigações
sobre a qual se equilibra,
balançou e agora vibra,
reverberando as mesmas
citações vazias
que completam o seu dia
cheio de falsos motivos.

Mantenha-se vivo
e, assim, se orgulhe
das mesmas façanhas
do barato passado;
peço que o embrulhe
no mesmo guardanapo
que guardou para se limpar.

Procure caminhar
segurando a minha mão,
mas com a mesma atenção
de quem não tem ninguém
ao lado, e que está fadado
a continuar sozinho
e perder-se pelo caminho.

domingo, 22 de novembro de 2009

Sorte.

Me sinto bem melhor
promovido para pior;
de plano "a" para plano "b",
orbitando na classe "c"
no dia "d" de minha existência.

Haja paciência para aguentar
o penoso caminhar das horas,
enquanto tudo lá fora
aflora
e, cá, nada dá.

Assim é e será assim;
e dentro de mim
a fibra de quem vibra
com a mínima,
sucinta vitória.

A glória de quem luta
é o mais saboroso fruto
colhido no mesmo minuto
em que, de forma abrupta,
a sorte venceu a morte.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quadrado.

Vejo quadrados iguais
de partes diferentes
do mesmo antiquado
formato de ângulos
retos, pontiagudos, diretos,
que lembram lugares normais.

Vejo pessoas banais
de pensamento raso,
que mostram descaso
com o (des)entendimento
do que há de mais simples
nas páginas dos jornais.

Quero a substância mais crua,
e que a verdade nua
seja trazida à tona
em meio à fumaça
da lona queimada
pela engrenagem da vida.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O novo.

Se só agora te desvendo,
de uma vez por todas,
é porque entendo
que já está na hora
de me ocupar contigo.

Prefiro descobrir cada tom,
cada cheiro, cada som
e o gosto especial
de maneira natural,
cada parte em seu tempo.

Se antes me neguei a te ouvir
foi por me sentir incapaz
de forjar satisfação
pela sensação proporcionada
pela tua presença, forçada.

Agora, me sinto leve o suficiente
para me entregar ao desafio
de, contente, te absorver
de forma livre e plena
e, sem fazer cena, curtir.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Madness".

Tanta energia empenhada
e quase nada colhido;
muito tempo perdido
pensando em maneiras
de tornar segundas-feiras
sábados, domingos,
para, então, ligeiramente,
descobrir o colorido
de cada um dos dias,
separadamente.

Desperdício? Talvez;
mas, o aprendizado,
malfadado esforço
fundamentado
no princípio do erro
assimilado, corrigido,
pela atitude dirigido
rumo ao bom senso,
é consenso geral
de sabedoria.

Contudo, jamais quero
ter o desgosto reto
de me privar do direito,
preceito básico de quem cria,
de ter a alegria
do momento de insanidade,
sem ter que me preocupar
com a intensidade
do instante citado,
e para que não seja ignorado
seu poder transformador.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Umbigo.

Só porque me considero
mais importante que tudo,
um austero traço egoísta
em meu mundo minimalista,
não me importo contigo.

Não me importo com ninguém;
se alguém se oferece,
me aproveito até o fim
da tola, parca e fulgaz
bondade sincera, mera ferramenta
utilizada para o meu prazer.

Não quero te fazer sofrer,
mas também não pretendo dizer
o que sinto, assim, de mão beijada,
porque, antes de mais nada,
sei que ainda tens muito a me dar.

Sua preocupação, a mim, nada significa
senão a certeza de que amanhã
não será vã a minha busca;
tua admiração, tão grande,
ofusca tua visão racional.

Nada mal para alguém
que pouco luta, muito hesita,
e nada evolui na burra malícia;
que pensa que não dá pista,
e que mais se assemelha a um parasita.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Desapontamento.

Por tanto medo de me desapontar,
por igual vontade de me contentar
com tão forjada imagem, inventada,
alegria disfarçada, fantasiada...
Não me dei conta do que és.

És tão normal quanto um copo d'água,
cheio de mágoa, que bebo
para satisfazer minha sede
de angústia interna por querer
a sensação imediata de amparo afetuoso.

Doloroso é o alento que me resta
nesta ciranda de lembranças
embaraçosas, perniciosas
ao meu inquieto momento emocional;
acima de tudo, irracional.

Nenhuma novidade ao que já se via;
uma fria rede de interesses escusos,
consagrados pelo uso de práticas
contemporâneas, dramáticas provas
de irresponsável desprezo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Determinismo alcoólico.

Bebeu, falou, dançou;
entrou, andou, bebeu,
sorriu, bebeu, gritou.

Bebeu, se ambientou,
cantou, bebeu, fumou,
abraçou, se encostou.

Ouviu, não aceitou;
pensou, não se convenceu.
Hesitou, não perdeu.

Curtiu, delirou;
voltou, se arrependeu.
Lamentou, se desculpou.

Previu, não se preveniu;
chorou, não adiantou.
Refletiu, caminhou, se esqueceu.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Fantasia.

Porque tanto quero,
sincero que sou,
por nada espero neste instante.

Antes que se levante
- mero orgulho próprio -
peço que se pronuncie.

Não inicie uma falsa paisagem,
uma imagem pintada
a tinta-óleo deixada sobre o chão.

Meu sentimento vai na contramão
do seu pensamento vazio, raso;
pueril, por concepção.

Suas viagens fantasiosas
são contagiosas ao meu ego,
cheio de ímpeto aventureiro.

Já é mais de fevereiro
e meu carnaval já acabou
em meio ao tempo verdadeiro.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ressaca.



Amigos, esta
postagem é muito especial. Meu grande amigo, talentosíssimo caricaturista, Lucas Viotto, popularmente conhecido como japonês, me presenteou no meu aniversário com uma caricatura minha. Achei muito engraçada e fiel à figura e me senti muito honrado com tal homenagem. Como comemorei meu aniversário na véspera, decidi colocar nesta postagem um poema sobre a ressaca, experiência pela qual tanto eu quanto ele passamos no dia do meu aniversário, propriamente dito. E, só pra lembrar, visitem o site da fera, http://viottoo.blogspot.com/, vale realmente muito a pena!









Mal posso esperar...
Pelo amargo gosto,
pelo mal exposto,
frente à pálida face
e o corpo a suar.

Tristeza aparente;
ansiedade carente
de quem pouco se lembra
do passado recente
de lições a tomar.

Lembranças curtas;
curvilíneas feições
de passagens escuras.
Meras ilusões,
mascaradas e reais.

Já não aguento mais...
Mas, se hoje tiver,
por mim, por que não?
Me agito em fazer;
já conheço o amanhã.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Um dia, cansei.

Quero novidades menos impressionantes
para que as velhas façanhas de outrora
ainda despertem o meu sorriso.

Vou embora, desta forma, sem intenção
de virar a mesa; sem a aflição de quem
prefere sofrer a não fazer a surpresa.

Minha predileção é pela espontaneidade;
já não tenho mais idade para histórias
mirabolantes sem razão de ser.

Quero ter a certeza de que estou ouvindo
palavras sinceras e que, mesmo sorrindo,
consigo enxergar o viés do palpável.

Nada mais agradável para alguém
que já se cansou de passear pela fantasia
e que hoje anseia por sonhos mais reais.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Equívocos.

Na medida em que acredito
no que é dito por quem ouço,
sempre, atentamente,
sem esboço de censura,
mais duvido do que penso
em minha sóbria mente escura
em momentos de euforia
ou instantes de loucura.

Só me encontro na paúra
de quem não enxerga a cura;
aparente para todos,
para mim um embaçado
espelho despedaçado
de recortes descontínuos
de um rosto machucado
de um homem sem passado.

Só me resta lamentar
todo o tempo que perdi,
os sorrisos que forcei;
quanto me violentei
pra fingir acreditar
que não me equivoquei.
Ainda bem, agora sei
por onde vou caminhar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Com açúcar.

Seus pensamentos retos
não afetam o que penso
a respeito do afeto
mútuo, entre pares.

Ares de guerra infundada
se afundam num mar de lama,
na chama da falsidade,
queimando pura e infeliz.

O que sempre quis, nunca tive;
mas só vive aquele
que erra muito até, enfim,
acertar, docemente.

Adiante, o que há por vir,
não tenho certezas, somente
a firmeza de quem luta
dia-a-dia para conseguir.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Frações.

Meias-verdades são metade
do que quero ouvir
de alguém que, só de sorrir,
já se revela por inteiro.

Quero que saia desta fantasia
ingrata, incoerente, necessária
para seu ímpeto borbulhante
de desejos conclusivamente sólidos.

O sol é forte e massacrante
para quem caminha no deserto
de idéias vazias, incompletas;
cubos de gelo de racionalidade.

Quero o ambiente frio
o suficiente para que permita
que, ainda, somente uma garrafa
de vinho nos aqueça nesse instante.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um dia.

Hoje, o dia não sorriu pra mim.

Passou, como se não fosse
de primordial importância
em minha humilde existência
diante da multidão que o contempla.

Achou irrelevante minha angústia
por notícias animadoras
e levou suas horas varrendo,
assim, minhas esperanças.

Não se importou em dizer
que lamenta ou se arrepende,
apenas acenou de forma tímida,
como se eu fosse apenas mais um.

Talvez, seja apenas um dia.
E eu, apenas mais um.

sábado, 30 de maio de 2009

Não leia.

Não quero mais que leia meus poemas
para que levante enigmas
sobre a veracidade dos fatos
ou a intensidade dos atos
nestes relatados com tanto afinco.

Não minto, apenas escrevo
o que sinto no momento
em que me debruço sobre o mar
de idéias irrelevantes
acerca de fantasias humanas.

Cotidianas pequenas peças dramáticas
encenadas no palco do tempo linear,
e preocupadas em transformar sonhos
em realidades menos dolorosas
ao esforçado protagonista.

domingo, 24 de maio de 2009

Sonhos iguais.

Minhas madrugadas são como discos riscados.

Repetem a mesma trilha,
seguidamente, sem aparente
sinal de mudança em curto prazo.

Minha mente está viciada
em produzir o mesmo sonho,
real desejo, porém sem sequer
lampejo de realização imediata.

As datas se sucedem, continuamente,
como se vivesse o mesmo dia
por uma, duas, três semanas
na agonia do observador
faminto pelo que sente.

Estático, só tenho sonhos iguais.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dor.

Sua presença é tão próxima,
íntima, nítida, envolvente,
que mal me dou conta
de que o que sente
é real e dolorido.

Um grito sofrido de quem
morre silenciosamente
na penumbra da solitária
em que cumpre pena
por crime de amor perpétuo.

O afeto de palavras banais, mas sinceras,
que pronuncio naturalmente, sem pudor,
te causa dor e prolonga a agonia
dos longos dias sem novidades relevantes
ao roto coração que vive às cambalhotas.

Histórias idiotas ao ouvinte comum,
para você, são como mutilações contínuas
de sonhos desenhados a lápis-de-cor
em guardanapos que limparam minha boca
pouco antes de beijar seu triste rosto.

sábado, 2 de maio de 2009

Cinco minutos.

Estava monótona a explicação
naquele outono de abril fresco,
palavras ásperas desde o começo
e o burburinho de animação.

Ela estava sentada, interessada,
desejando apagar os erros de outrora;
não que não quisesse ir embora,
mas parecia firme em sua razão.

Saiu do canto, sentou-se à minha frente;
no meio de tanta gente, me despertou
a atenção imediata do observador
calculista, libidinoso, hormonalmente coerente.

Camisa branca, mangas sobrepostas
à blusa preta e justa de tricot,
harmoniosamente compondo com o jeans
surrado, mas honesto à proposta.

Levantou-se, fechou a janela,
era só ela naquele momento
e o vento bagunçou seus negros cabelos
sobre os marcantes óculos marrons.

Sentou-se novamente, cruzou os braços,
inclinou-se sobre a cadeira de forma a revelar
os pequenos laços de sua calcinha branca
que, de forma inocente, se fazia presente, ligeira.

Exuberantes coxas, longas pernas,
caprichosamente delicadas, entrelaçadas,
e um calçado pé trinta e quatro e meio
nos all-stars pretos, sujos, batidos e até feios.

Virou-se de frente, por um instante,
e, como avalanche, o encanto se foi.
Já não era mais tão interessante
ao imaginário do observador.

Sem explicação. Foi bom enquanto durou.

sábado, 25 de abril de 2009

Mel.

O mel do teu sorriso corrige
todos os traços imperfeitos
humanos, por concepção,
e inibe a crítica natural.

Naturalmente angelical,
teu jeito se faz confortável
a todos que, ali presentes,
contemplam a cena pontual.

Timing perfeito e posição exata
do que é importante ao momento
para as pessoas que, embasbacadas,
invejam o que observam.

Que injustiça é essa, que exclui
os normais e destaca, notadamente,
os excepcionais por natureza,
definindo, assim, a perfeição?

Só nos resta admirar e esperar
por atos menos imperfeitos
diante do choque imediato
de uma situação desigual.

Talvez se esperássemos menos,
se tentássemos mais e melhor,
seríamos mais felizes juntos
e mais juntos diante da felicidade.

Será?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ambigüidade.

A ambigüidade entre o que se pensa
e o que se faz, se manifesta de forma
a tolir qualquer resto de auto-estima
e sentimento de credibilidade própria.

Ambigüidade com trema pra quem
diz que não treme quando colocado
em cheque numa bifurcação
de ritmos diferentes de encarar o tempo.

O vento despenteia os organizados
cabelos de lucidez da personalidade
de alma ambígua e dispersa,
e nada resta a seguir.

Seguindo a linha do instinto feroz
dos altos e baixos de almas cruas,
mulheres nuas povoam o imaginário
ambíguo de quem tudo tem e nada quer.

Também nada faz para ter;
apesar de muito querer por dentro,
não encontra o centro do pensamento,
ambiguamente perdido em seu interior.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Anestesia.

De nada adianta toda essa festa,
toda essa ginga, toda essa farra,
se as amarras que me prendem
são da natural anestesia.

Um misto de euforia e indiferença,
depressão e esperança,
de quem não quer misericórdia,
mas muito espera do apoio alheio.

No esteio das relações laterais
nada mais me entristece
do que o impedimento moral,
barreira de proteção desigual.

Focado e confuso, coeso e difuso,
o discurso se encaminha
para um método alternativo
e disperso em palavras, idéias.

Não há objetividade ao anestesiado,
ao passo que nada dói e nada cura,
nada amanhece a noite escura
da eternamente chuvosa tarde dominical.

terça-feira, 31 de março de 2009

Sobre aquilo.

A pretensão superior
de quem se julga capaz
de definir o amor
com três palavras ou mais
se faz vazia e simplista.

A artimanha, tão comum,
do poder de sintetizar
um sentimento, só mais um,
porém complexo e plural
está fadada a fracassar.

Talvez porque no vai-e-vem
de quem tudo quer e nada tem,
tudo vem e nada comove
o gélido imaginário
conservador e conformista.

O homem médio só é médio
se não consegue resolver
a equação mais importante;
simples conta a fazer.

Numa ponta, o amor
e na outra, a solidão;
se compara toda a dor,
o deserto, o sim e o não,
e se chega à conclusão:

Não se brinca com o tema,
e não será um medíocre poema
que vai curar mais esta dor
ou resolver a questão.

sábado, 21 de março de 2009

Verdade.

Minha tristeza é verdadeira.

Verdades são ditas;
palavras proferidas
com a intensidade
de um furacão nível mil.

Falácias consistentes;
pessoas insistentes
em pronunciar
o que é doloroso.

Verdadeiramente doído;
ruído de sinceridade
incoerente, muitas vezes,
mas essencialmente real.

Não quero crédito, quero incrédulos.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Nós.

Poderia acontecer,
se tudo não tivesse
acontecido desta forma.

Para nós,
bastaria um passo ousado
na dança do sentimento.

Conservadores que somos,
nos negamos a fazer
o que seria melhor
neste momento.

Desconfortáveis correntes
de coerência tola
amarradas aos nossos corações.

Sem razão, criamos
a distância que nos separa
baseados em convenções.

Oxalá fôssemos
menos perfeitos por hoje;
fôssemos mais humanos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

À espera.

Meu lamento não cabe em poema.

Um dilema entre paz e angústia;
luz e sombra de quem sabe
que a penumbra da existência pesa
mais do que o brilho do viver.

Espero por dias menos longos.
Me apresso em te dizer
que estou pronto para
tudo que me faça estar.

Simplesmente estar,
pois cobiço,
mas nunca me arrisco
a dizer uma palavra sequer.

Mas quero muito;
poucas coisas tanto quis.
Daí meu pranto eterno
em lembranças.

Lembro-me bem
de que este é o primeiro passo
de quem consegue.

Viver, estar, esperar.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vontade.

O brilho de seu olhar
destoa da sombra
do cotidiano regular
de outros olhares.

Me conformo, assim,
com o anonimato
da admiração secreta,
saborosamente.

Sigo seus passos sem te ver;
leio suas palavras com o prazer
de quem caminha em rumo
incerto, em sonho irreal.

A realidade é amarga e intensa.
O sentimento interno
é de impotência
diante da distância entre nós.

Conformado e conformista,
resignado e pessimista,
sigo sem perspectiva
de contato mais próximo.

Entre nós, só vontade; nem amizade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A bola.

Aurora vespertina densa.
Quem pensa no céu limpo,
erra. É cinza a cor, de cima,
que traz a chuva a si.

Pessoas correndo, contemplando
o molhado cénario do prélio.
Nada sério, entre amigos
se dá a disputa sadia.

Enquanto é dia, rola o esférico.
Homérico momento de fervor
de hormônios brasileiros
correndo, certeiros, à bola.

Vem à mente a escola.
Saudosa lembrança pueril
de mentes já reféns dos
contratempos do dia-a-dia.

Homens-médios felizes.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A porta.

Tóc, tóc, tóc.

Me toca a mente
a imagem que, sempre,
por si só,
já é grandiosa.

Me vem a lembrança,
também a esperança,
do amanhã diferente.

A gente não sabe,
mas tudo que abre
uma vez, abre duas.

São suas as letras.
São minhas palavras.

Tóc, tóc, tóc.

A porta se abre.