quarta-feira, 31 de julho de 2013

Serão.

Será atalho toda fuga,
será retalho-caminhada
mal planejada, fadada
ruga de covardia.

Será melancolia todo
resíduo dessa manobra,
será janela p'ro precipício,
subsídio de acomodação.

Será culpa todo ranço,
será ódio toda ira, fogueira
toda faísca, resquício
todo perdão.

Será gigante todo vilão,
será de força toda saída,
será temido todo rival.

E serão todos vencidos.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Prolífixo".

Por ali fico: pormenores
me chamam xará, parceiro;
o que me fará, então,
prolífico em minhas próprias
dores, fortunas, horrores
de mão beijada?

P'ro lixo vão os versados
desprazeres, afazeres
de minuto, de ditado ritmo,
dilatadas maneiras, redomas
de rotas sílabas, redondos
prolixos enganos.

Então fico, ali, prolixo
em meus chãos-de-vidro,
em meu caos de areia,
em minha rítmica veia,
desde tarde prolífica,
proibida e natural do lixo.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O mundo.

É uma viagem que busco
contigo; que ofuscas a mim,
perdido de mim mesmo,
que busco abrigo,
contido em meus medos.

É vadiagem toda dormência,
cidadã demência
que encaro fugindo
em rubra-cara, fingindo
a toda lábia.

É vicissitude esse embalo
disfarçado de atitude, esse
rude-regalo de alma
lavada, passada a limpo.

Já é tempo de navegar
contigo em mais profundas
águas, de mergulhar de cara
no mundo maravilhoso de nós.