segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Reflexo.

É desespero; a totalidade
não se quer; nada se espera
senão um suspiro sincero; tudo
é reflexo no espelho suspeito.

Bate forte o pulso, mãos trêmulas;
todo susto é perdoável; não existe
errado nem certo; nem de perto
me reconheço nessa falha cadência.

Consumo tudo o que é barato; de nada
aproveito; no imaginário, só o futuro;
que o presente seja atropelo e que dos cacos
seja feito um mosaico de verdades nunca reveladas.

Está feito; se bem ou mal, pouco importa; já partiu
esse barco; balançou na maré dos erráticos, navegou
na fantasia dos românticos, enfrentou a tempestade
dos céticos e, no espelho d'água, viu toda sua verdade
naufragar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Amargo agosto.

Sem sal, nem açúcar;
Café, nem pensar; muito
amargo esse dia; cento
e vinte minutos por hora.

Sinto muito; sinto o gosto
amargo das cento e vinte
horas; sal a gosto, sai
exagerado esse tempo.

É amargo esse agosto; nem
açúcar, nesse dia (ou
de noite): sinto cento
e vinte horas nesses minutos.