terça-feira, 29 de setembro de 2009

Desapontamento.

Por tanto medo de me desapontar,
por igual vontade de me contentar
com tão forjada imagem, inventada,
alegria disfarçada, fantasiada...
Não me dei conta do que és.

És tão normal quanto um copo d'água,
cheio de mágoa, que bebo
para satisfazer minha sede
de angústia interna por querer
a sensação imediata de amparo afetuoso.

Doloroso é o alento que me resta
nesta ciranda de lembranças
embaraçosas, perniciosas
ao meu inquieto momento emocional;
acima de tudo, irracional.

Nenhuma novidade ao que já se via;
uma fria rede de interesses escusos,
consagrados pelo uso de práticas
contemporâneas, dramáticas provas
de irresponsável desprezo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Determinismo alcoólico.

Bebeu, falou, dançou;
entrou, andou, bebeu,
sorriu, bebeu, gritou.

Bebeu, se ambientou,
cantou, bebeu, fumou,
abraçou, se encostou.

Ouviu, não aceitou;
pensou, não se convenceu.
Hesitou, não perdeu.

Curtiu, delirou;
voltou, se arrependeu.
Lamentou, se desculpou.

Previu, não se preveniu;
chorou, não adiantou.
Refletiu, caminhou, se esqueceu.