quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Torto.

Miúda é toda letra
que um dia traduziu-se,
à boca pequena, do ventre
p'ra fora, num tiro certeiro
que nem ainda alvejou
o alvo-destino.

É falso branco;
nem amarelo vê-se
nesse sorriso amargo
de dor simulada, de fé
quebrada na pedra 
gelada: coração.

Não tem noção,
nem perdão,
simpatia,
que,
todo
si, de lá,
perdeu-se,
sol diminuto
a justificar todo
rolo de prosa, frio
desapego, morto
discurso, torto
caminho.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O.

Sempre rígido,
duro na queda,
ríspido, rude;
talude no aterro
de excessos
que dá forma
à estrutura.

Paúra do tempo;
sacerdote da norma,
monobloco, inteiriço
de alma - de corpo,
granada - rocha magmática
a ponto de bala.

Pronto a tudo;
mudo de fissura,
modo-loucura ativado,
na febre do rato,
no sangue do bode.

Ligado na carne,
pisado do feltro;
rasgando o fio
do bigode.

Partidário, nunca
neutro; buscando
de faro.

Queimando de dentro,
estrago-legado.

Imune-flagelo.