quinta-feira, 15 de maio de 2014

Giro.

ao meu amigo Renato, que entregou-se à alegria de ser.

Um giro; muito mais
que uma jornada
ou um plano
mas a história do teu tempo
passando na janela, roncando
de dentro p'ra dentro,
embalando tua pressa de ser.

Não tem preço; já é hora
dessa mais-que-jornada (sim,
pois é muito mais
que dia-sobre-dia);
são noites de sonho, manhãs
de esperança e tardes
de certeza, nunca tardias,
mas precoces
em seu obstinado intuito.

Tens, desde que te vejo, a sabedoria
dos grandes, uma certa misantropia
diplomática, que, na medida
do ponderável, sempre
objetiva teus nobres
princípios, que ainda muito humanos
guiam-te em bom rumo.

Teu fim é princípio; teu lugar
está pronto; mal esperas
te sorri a verdade; nunca foi
tão boa a ninguém a vaidade,
pois tens a clareza dos sinceros;
não somente desejos; viajas
no ensejo do teu modo de vida,
que sorri às mazelas, constrói
teu caminho que te espera logo à frente.


Visitem http://olestenumlada.wordpress.com e embarquem de carona nesse giro.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Poeira.

Tudo se quebrará;
somente o inquebrantável
ficará intacto
e, dos cacos, dessa força-
-certeza, emergirá nossa
construção.

Já está pronta,
alicerçada, embora empoeirada
de gastos receios, rígidos
devaneios que, de tão
doces, envenenam;
velam tudo o que é luz.

Mas, tem brilho nisso
tudo; tem alegria
em cada flagelo
de aflição, em cada perdão
sem culpa, em todo medo
d'outro dia, em nada em vão.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Comigo.

Guardes teu receio; é, pois,
tudo teu; todo o meu anseio
de vida, toda iniciativa
e partida; aquele plano
de fuga às amarras.

Mostres o que fizeste
de ti, toques, a mim, o si
da tua flauta, como nunca
tocaste e mostres tua melodia.

Já é dia, não é hora, pouco
importa; nossa noite invade
a linha, embala a valsa da redenção.

Esqueças o não, nunca
te sintas sozinha, se não quiseres.

Sintas a brisa matutina.

É a estrela magna mostrando-te
o caminho, nosso ninho iluminado.

Deixes que te toques
a esperança, que te invadas
somente a boa lembrança.

Atropeles as derrotas, dês
notas florais aos ruídos, assines
os fluidos naturais bem-vindos
ao teu conforto.

Faças disso tua meta, arrisques
tudo a cada pisque, fujas
do módico, percebas o entorno,
largues que falem, te permitas
que ouças e me deixes levar-te comigo.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Das dores.

Pode ser mais doído o
ódio moído; o incenso
de sangue; o mangue de
justiça; a preguiça da
certeza.

A garrafa sobre
a mesa; o pudim em pedaço;
o vintém de recalque; o
decalque de raiz; a pessoa
mais feliz.

O desconforto
de ontem; o perdão de outrora;
o padrão de reação; o caldo,
o tempero e o grão; a inércia
do conhecido.

O contracheque
mal-vencido; a derrota
com sabor; o machucado
sem dor.