Não tem fim, nem escape;
é num labirinto de medos
em que trafego em horas
como estas, tão rudes.
Construí essas muralhas
de irracionalidade,
e de nada vale tanto pesar
se ainda vivo, preso, inerte.
O flerte com a morte
é evidente; a premissa
de um moribundo é da Terra
pouco exigir: apenas que o leve - logo.
E corre ao contrário o relógio
do mal(-)habitante; transforma
dias em séculos, noites em eras
que nada são, senão meras inseguranças.
Não há fibra que aguente;
e quando chega a fadiga, traz
junto consigo a razão - promovendo
a arte de saber esperar a enxurrada.
O que restam, enfim, são cacos,
partidos ladrilhos, destroços
de pedras; tijolos que guardo
para, um dia, edificar minha fortaleza de paz.
Belo poema,mon amour!Muito boa a penúltima estrofe...Muitos beijos, Carol
ResponderExcluirlindas palavras, felipe. perfeitas para uma terça que começa.
ResponderExcluirpeço licença para roubá-las... =)
putz... já cheguei a pensar que ía morrer de tanta dor, mas nunca flertei com a morte. não gosto dela e espero que ela não se interesse por mim tão cedo!
ResponderExcluir:D rs
bjs, querido.
"Partidos ladrilhos, destroços de pedras".
ResponderExcluirEu adoro essa sonoridade! São palavras que quebram na entrada do ouvido da gente.
Muito bom.